“TODOS OS SEUS DENTES ERAM IDEIAS”: A REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO NO CONTO “BERENICE”, DE EDGAR ALLAN POE

Autores

  • Greicy Pinto Bellin Centro Universitário Campos de Andrade, Uniandrade, Curitiba, Paraná, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v15i2.815

Resumo

O objetivo do presente artigo é analisar as representações de gênero no conto “Berenice”, de Edgar Allan Poe (1809-1849), dentro da perspectiva que considera o gênero enquanto relação, o que se observa na narrativa a partir da constatação de uma dependência emocional entre Egeu, o narrador, e sua prima Berenice, por quem ele se apaixona. Observa-se que a representação da figura feminina no conto em questão está atrelada a um imaginário social no qual a beleza feminina aparece associada à morte, à doença, à destruição e à decadência, conforme as análises de Elizabeth Bronfen (1992) e Sandra Gilbert e Susan Gubar (1979), características estas que também podem ser observadas na representação do personagem masculino, permitindo uma análise que aproxime os dois. A representação de gênero também será associada ao contexto literário em que Poe produziu sua obra, tendo em vista a importância de sua inserção na vertente do Romantismo gótico que empresta várias de suas características ao conto “Berenice”.

Palavras-chave: Gênero. Representação feminina. Romantismo. Gótico.

 

 

Biografia do Autor

Greicy Pinto Bellin, Centro Universitário Campos de Andrade, Uniandrade, Curitiba, Paraná, Brasil.

Doutora e pós-doutora em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná. Professora titular do mestrado em teoria literária na Uniandrade.

Referências

BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo. Trad. Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

BONAPARTE, M. Life and works of Edgar Allan Poe: a psychoanalytic interpretation. London: Imago, 1949.

BRONFEN, E. Over Her Dead Body: death, femininity and the aesthetic. Oxford: Oxford University Pressa, 1992.

CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de símbolos literários. Trad. Raul de Sá Barbosa. São Paulo: José Olímpio Editora, 2008.

FLAX, J. Pós-modernismo e relações de gênero na teoria feminista. In: HOLLANDA, H. B. de (org.). Pós-modernismo e política. Rio de Janeiro: Rocco, 1992. p. 217-250.

GILBERT, S.; GUBAR, S. The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-Century Literary Imagination. New Haven: Yale University Press, 1979.

HAWKESWORTH, M. A semiótica do enterro prematuro: o feminismo em uma era pós- feminista. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n. 3, p. 737-763, 2006.

LAURETIS, T. de. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, H. B. de (org.) Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-241.

POE, E. A. Obra completa. Trad. Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

RICHARD, N. A escrita tem sexo? In: ____. Intervenções críticas: arte, cultura, gênero e política. Trad. Romulo Alto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 127-141.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v.16, n. 2, p. 5-22, 1990.

SHOWALTER, E. A Literature of Their Own: British women novelists from Brontë to Lessing. Princeton: Princeton University Press, 1999.

STOVALL, F. From Poe’s debt to Coleridge. In: THOMPSON, G. R. The Selected Writings of Edgar Allan Poe. London: Norton and Company, 2004. p. 789-798.

TALLY JR., R. Poe and the Subversion of American Literature: satire, fantasy, critique. New York: Bloomsbury, 2014.

DOI: 10.5935/1679-5520.20170016

Downloads

Publicado

2017-10-21